sábado, 5 de dezembro de 2015

O FUTURO DO TRANSPORTE FEROVIÁRIO



Quais os caminhos e opções de futuro que o transporte ferroviário deve ter em Portugal? Ideias e respostas foram debatidas esta quarta-feira, 25 de novembro, no Encontro nacional do Fórum Dos Serviços, promovido pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal – CCP, sob o tema “Os Transportes e a Logística: Factores de competitividade e de criação de valor para a economia portuguesa”.
Na parte da manhã, um dos temas focados foi o Transporte Ferroviário. A ideias começaram a ser apresentadas por Manuel Tão, professor da Universidade do Algarve que referiu ser a falta de infraestruturas o principal entrave para o não desenvolvimento do transporte ferroviário logístico em Portugal.
Manuel Tão, indicou que “atualmente, o país está entregue ao transporte rodoviário, sendo que isto coloca-nos perante várias interrogações que se prendem com a vulnerabilidade desse transportes, como questões de políticas ou de custos externos de transportes, como na Alemanha, como a taxa cobrada aos pesados em algumas regiões da Alemanha, entre outros”.
O académico indicou ser muito importante voltar a ativar alguns das ligações entre as linhas principais de comboio em Portugal, “aquilo que temos é um conjunto de ramais, não uma rede de transporte rodoviário”. Manuel Tão indicou ainda ser inconcebível que uma cidade de 100 mil habitantes como Viseu, não ter ligação ferroviária. E acredita que, no futuro, onde as economias serão mais baseadas em produtos leves e tecnológicos o transporte ferroviário de alta velocidade ser muito importante. “Teremos que voltar a falar de um assunto que se tornou um tabú em Portugal, mas não no resto da Europa: o comboio de alta velocidade, cada vez mais importante no transporte de produtos das novas industrias como os fármacos e software, por exemplo”.
Por sua vez, Miguel Lisboa, administrador executivo da Takargo indicou que, em sua opinião, “o comboio não vai resolver nenhum grande problema  de transporte e logística de ninguém mas pode ser a solução para alguns casos”. E aponto para a realidade ibérica do transporte ferroviário. “Há uma realidade a nível ibérico – há que pensar a rede ferroviária é ibérica, porque Portugal não tem dimensão para o comboio – temos três ligações a Espanha, não é necessário mais nada! Aquilo que necessitamos é de uma rede integrada com Espanha de um gestão administrativa e das questões regulamentares”.
Por último, no painel dedicado ao transporte ferroviário, Sandra Augusto, logistics manager da Volkswagen/Auto Europa, revelou os planos da empresa para continuar a incluir a ferrovia na sua estratégia de transportes.
“O nosso objetivo é a otimização de transportes e trabalhar com o marítimo e a ferrovia na Auto Europa”, e adiantou: “Recentemente implementámos uma ligação de short sea com um fornecedor que temos em Inglaterra. Também temos uma ligação com a Turquia, e em fevereiro de 2016 iremos retomar ligação ferroviária para Barcelona”.

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